os terríveis quartos de "garotos", entretenimento Brain rot e Fê Torres heroína nacional
uma breve seleção de objetos culturais, linguagens, casos e fofocas que você não sabia que queria ficar sabendo
os terríveis quartos de "garotos"
Boy Room é uma conta ativa no TikTok e Instagram em que a comediante Rachel Coster nos conduz aos terríveis aposentos de jovens do sexo masculino que vivem sozinhos e exibem (com um misto de orgulho e vergonha) a sua total falta de asseio e organização.
tem um pouco de tudo: almôndegas congeladas da Ikea mofando na estante, cintos presos em buracos da parede, latas de cerveja tapando buracos no teto. depois da tour, Rachel explca o que poderia ser feito para dar um trato no quarto — e geralmente são coisas muito simples, como comprar um cesto de lixo, trocar um retalho de papel por uma cortina e, basicamente, guardar as roupas em um armário.
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o sucesso do conteúdo chamou a atenção da Amazon Prime, que está patrocinando 16 episódios da nova temporada — que não só apresentam os quartos, mas também permitem que melhorias possam de fato ser concretizadas, dando um pouco mais de dignidade ao ambiente e seus donos.
mas antes de sairmos julgando esses clássicos exemplos de boyhood, vamos lembrar, como fez o The New York Times no recente artigo My Partner Is Messy. Help!, que cada indivíduo deve ter direito à sua própria bagunça, e viver na sua ordem particular dentro do caos que ele mesmo cria e sustenta. mas será que esses caras não seriam mais felizes, saudáveis e produtivos com um pouco mais de ordem, limpeza e disciplina em suas casas? com certeza sim, e eles até sabem que sim. mas então por que não conseguem (ou não querem) mudar?
sabemos que hoje muitos late millennials têm grandes dificuldades de colocar um ponto final da adolescência, o que perpetua um ciclo de poucas responsabilidades consigo mesmo… e uma resistência para abraçar o autocuidado, um tema que, para homens, em especial heterossexuais, sempre foi mais complicado.
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para além de questões de saúde mental que, com certeza, podem acometer alguns desses "garotos rebeldes", tem algo também sobre gênero e patriarcado que pode ser considerado nesses casos. a resistência ao asseio seria também uma forma de insistir em uma masculinidade antiga e estereotipada para não correr o risco de se deixar feminilizar demais?
mas há outros pontos de vista em jogo. segundo a jornalista Jessica de Fino, o boyhood atual está até mesmo sendo vendido para meninas e mulheres como uma estética descolada, de forma palatável. na baleza e na moda, o boyfriend blush é uma tendência de maquiagem que imita as bochechas dos garotos brancos depois de praticar esportes. enquanto nas passarelas do verão 2025, a Miu Miu pôs suas modelos de cuecas larguinhas e sobrepostas.
mas talvez ética e estética possam mesmo andar em vias contrárias. iniciativas midiáticas como Boy Room são importantes não só para identificar e desmistificar alguns comportamentos masculinos problemáticos, mas para oferecer a muitos homens uma chance, um vislumbre de transformação.
nenhum homem deveria viver no caos por escolha própria, ou apenas porque "não tem uma mulher para cuidar da sua casa". algumas mulheres podem até não concordar, mas sabemos que a mulher pode muito mais da sua vida do que cuidar de um homem, certo?
para ampliar a discussão, recomendamos mergulhar no episódio CONFLITOS DO MASCULINO do nosso podcast — e quem sabe até conseguimos, junto com Rachel Coster, ajudar alguns boys lixo a saírem do lixo.
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