memes & trends em análise 🧅 02.04.24
uma breve seleção de objetos culturais, linguagens, casos e fofocas que você não sabia que queria ficar sabendo.
'cheilo' de nostalgia: o perfume do Cebolinha invade as redes
a semana começou agitada para os amantes do luxo: a LOEWE, marca-hit do momento, lacrou com seu curta-metragem com os queridinhos da internet Dan Levy e Aubrey Plaza. pouca gente sabe como pronunciar o nome da maison espanhola, mas muita gente conhece seus refinados perfumes.
apesar do filme divertido, o perfume hit de 2024 parece que não é LOEWE, nem Chanel (nem nada que faça muito sentido). no momento, estamos todes bastante instigados com o aroma cítrico e aquático do personagem Cebolinha.
poucas pessoas sabem ao certo se o perfume é bom, e o hype está aí. além disso, a promessa de um ótimo perfume por apenas R$23,90 é irresistível demais. esse parece mais um caso de EMPUXO À NOSTALGIA, sintoma incurável do nosso tempo. sabemos apenas que o dono dos planos infalíveis mais fracassados finalmente teve seu momento de Quem é essa gente toda aqui?, já que o perfume esgotou no site da Jequiti — talvez a primeira vez na história em que Cebolinha foi mais bem-sucedido que a Mônica.
mas a fanbase da dentuça mais amada do Brasil está mobilizada. até porque a concorrência será árdua, já que o perfume de melancia da Magali começou também a dar as caras. mas voltemos ao trendsetter original.
perfumes são um assunto fascinante, não só pelo poder que o olfato tem de imediatamente nos transportar para lugares, pessoas e memórias; mas principalmente porque todo mundo gosta de se achar meio perfumista. qualquer post nas redes ou review do e-commerce vem carregado de termos como “nota de saída” e “fixação”. e os reviews do perfume do Cebolinha não fogem à regra.
a questão é que essas palavras rebuscadas talvez sejam um recurso que usamos para tentar dar conta de assuntos muito misteriosos: cheiro e consumo. afinal, são dois temas que ativam nossos comportamentos mais impulsivos, não pensados, primitvos. assim como, claro, o que vem nutrindo essa história toda: os memes.
o efeito Cebolinha (temos um novo termo?) também é reflexo de um tempo em que a lógica dos memes passou a dominar nosso psiquismo e, principalmente, nossos hábitos de consumo. hábitos esses que se formam de maneira quase instantânea e que desaparecem tão rapidamente quanto se disseminaram inicialmente. na velocidade de uma epidemia, somos tomados por ideias e produtos culturais que se instalam em nossos psiquismos terrivelmente online de uma forma rápida demais, divertida demais, irresistível demais. e ninguém quer perder mais uma piada interna da internet… mesmo que o preço seja usar um perfume infantil que, dizem, tem notas de pêssego e musgo, mas nome de cebola.
a verdade é que a internet clama mesmo é pela fragrância do Cascão.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a floatvibes para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.