anemoia dos #edits, miau-miau-miaaaaau 😿 e memes evitados por IA
uma breve seleção de objetos culturais, linguagens, casos e fofocas que você não sabia que queria ficar sabendo.
a anemoia dos #edits
("anemoia"? chegaremos lá…)
podemos arriscar dizer que os chamados #edits são a linguagem do nosso tempo? para uma juventude cronicamente online, não há muita chance para "longas" versões completas de filmes, podcasts, músicas e outros objetos culturais. é por isso que as habilidades de edição e montagem se tornaram cada vez mais essenciais para a formatação de trechos e cortes-resumo. sempre com uma trilha musical atualizada, claro. na lógica do ENTRETENIMENTO CRÔNICO, quanto mais euforizante, melhor.
mas afinal, o que motiva a criação de um #edit? entre tantas razões, o #edit virou uma espécie de superclose da cultura, uma forma de focar no que 'teoricamente' é mais importante. pode ser a cena mais icônica de uma série ou apenas uma sequência de imagens do seu (kpop) idol favorito. é pura apreciação! no estado atual da internet, devemos mesmo nos perguntar: estamos vivendo ou editando a cultura?
e o que vem mais agradando nessa trend são os #edits que recortam, enaltecem e amplificam conteúdos antigos; antigos o suficiente para a genz, pelo menos. por isso, chamamos esse fenômeno de "anemoia dos #edits", — sendo anemoia um sentimento de nostalgia por algo que nunca foi vivido diretamente. EMPUXO À NOSTALGIA é pouco.
a musa atual dos #edits é Carrie Bradshaw, a mais amada e questionável de toda a ilha de Manhattan. desde que Sex And The City, lançada em 1998, entrou no catálogo da Netflix em Abril desse ano, as quatro companheiras "inseparáveis" ressurgiram das cinzas em uma onda de vídeos #edits. para alguns, a série é vanguardista; para outros, apenas cringe. quem sabe foi mesmo a vanguarda do CRINGECORE? 🤔 — mas o interessante é que assistir #edits de Sex And The City soa bem menos do cringe que tentar encarar as novas temporadas de And just like that…
mas não são só os Cosmopolitans que estão de volta…
é impossível falar desse tema sem pensar em como Hilda Furação, a clássica minissérie da Globo, acaba de hitar no TikTok e Telegram. a paixão avassaladora e envolvente da prostituta Hilda com o padre Malthus recebeu uma exponencial avalanche de #edits. o furacão (🥁) foi tão grande que a série não só bombou no Globoplay, como também atingiu uma audiência gringa totalmente inédita.
talvez a característica mais marcante dessa onda de #edits seja mesmo o tom saudosista desses objetos culturais pelos quais, por motivos misteriosos, estamos desenvolvendo uma profunda reconexão.
nessa direção, é exatamente a linguagem previsível e clichê que mais captura a atenção das mídias sociais, especialmente dos filmes adolescentes e novelas brasileiras dos anos 90/2000s. tem creator inclusive produzindo suas próprias edit-novelas (no melhor estilo Seja o Protagonista da Sua Vida / Romantize a Sua Vida), inspirando-se nas teledramaturgias do nosso passado brasileiro. e como na internet toda loucura é pouca, até atores consagrados das telinhas já aderiram ao formato.

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