refs. #27 Em defesa do Descanso
qual é o custo de não conseguir descansar? elaborações sobre o cansaço, o descanso... e alguns links para ir além.
— qual foi a última vez que vc realmente descansou?
em um mundo onde nosso valor é determinado por nossa produtividade, é esperado que cada minuto da nossa vida seja capturado, otimizado e apropriado como um recurso financeiro. o vazio torna-se difícil de sustentar porque não pode ser usado ou vendido. não fornece nenhum entregável.
o culto ao trabalho nos deixa tão identificados com o que fazemos pra ganhar dinheiro que muitas vezes não sabemos quem somos (e o que fazer) fora dessa posição. hoje, a síndrome do esgotamento profissional atinge 1/3 dos brasileiros. a verdade é que poucos de nós tem conseguido trabalhar menos horas por dia, mas são realmente poucos os que estão conseguindo trabalhar melhor — e no final, ainda... conseguir desligar e descansar. mas a crise do descanso não é só sobre trabalho. até o lazer às vezes nos cansa, assim como socialização e as distrações.
e assim, consolida-se uma espécie de descaso com o descanso.
a crise do descanso não é só por causa do trabalho. até a forma como vivemos o lazer podem ser exaustiva. afinal, o que anda acontecendo com nossa libido e energia nesse sentido? para onde ela está escoando?
reconhecer a necessidade de parar é difícil porque significa enfrentar eventuais julgamentos de que estamos fazendo menos do que deveríamos. procrastinador, lento, mole, pre-gui-ço-so, depressivo(?) — as nomeações transbordam. no atual estado das coisas, parece que nada é mais difícil de se fazer do que nada.
como diz o convidado do nosso episódio, o psicanalista Henrique Vicentini:
“é um discurso que propõe que ganhar sempre é possível, só depende de você, faça por merecer! então descansar se torna uma espécie de prejuízo.”
para ampliar a discussão, seguem abaixo algumas referências que nos ajudam a articular e aprofundar esse tema:
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